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Atualização das Indicações da Vacina Rotavírus Humano no Brasil

A vacinação contra o rotavírus é uma medida essencial para proteger crianças contra complicações graves causadas por infecções virais, como diarreias intensas e desidratação. Em 2024, o Ministério da Saúde, por meio da Nota Técnica nº 193/2024, anunciou uma atualização importante nas recomendações para a administração da vacina rotavírus humano G1P[8] no Brasil. Essa mudança tem como objetivo ampliar o acesso à imunização, especialmente para crianças que não foram vacinadas dentro das idades recomendadas no calendário oficial.

Contextualização da Vacina Rotavírus no Brasil

A vacina rotavírus humano foi introduzida no Brasil em 2006 como parte do calendário nacional de imunização. Desde então, ela tem desempenhado um papel crucial na proteção de crianças menores de seis meses contra infecções por rotavírus. Atualmente, a vacina é aplicada em duas doses:

  • Primeira dose (D1): administrada aos 2 meses de idade.
  • Segunda dose (D2): administrada aos 4 meses de idade.

Apesar da implementação bem-sucedida, desafios relacionados à cobertura vacinal e às restrições de idade têm limitado o alcance total dessa imunização.

Nos últimos anos, o Brasil enfrentou dificuldades significativas para atingir a meta de 90% de cobertura vacinal. Isso se deve, em parte, às condições geográficas que dificultam o acesso às vacinas no momento ideal. Além disso, a rigidez das faixas etárias recomendadas contribuiu para que muitas crianças ficassem suscetíveis ao rotavírus, especialmente em regiões de difícil acesso.

Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento técnico que apresenta evidências sobre os benefícios de flexibilizar as restrições etárias para a vacina rotavírus. A OMS destacou que a vacinação deve ser iniciada o mais cedo possível (a partir das seis semanas de vida), mas que pode ser realizada até os 24 meses de idade, caso a imunização inicial não tenha ocorrido.

Novo Protocolo de Vacinação Contra o Rotavírus

Com base nessas evidências e em discussões realizadas pela Câmara Técnica Assessora de Imunizações (CTAI), o Ministério da Saúde decidiu implementar mudanças no esquema vacinal. As novas diretrizes para a vacina rotavírus no Brasil são:

  • Primeira dose (D1): pode ser administrada a partir de 1 mês e 15 dias até 11 meses e 29 dias.
  • Segunda dose (D2): pode ser administrada a partir de 3 meses e 15 dias até 23 meses e 29 dias.
  • É obrigatório um intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

Essa flexibilização amplia as possibilidades de imunização para crianças que perderam as janelas etárias anteriormente recomendadas.

Para suportar essa mudança, os sistemas de informação do SUS foram atualizados, permitindo o registro adequado das doses conforme o novo protocolo. Essa atualização garante que os dados sejam registrados de forma precisa e rastreáveis, proporcionando uma gestão eficiente das campanhas de vacinação.

Ref: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/2024/nota-tecnica-n-193-2024-2013-cgici-dpni-svsa-ms.pdf/view

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Autor

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Pablo Couto

Pablo Couto é nutricionista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e é técnico em sistemas de informação e servidor público na rede de atenção básica à saúde e Pós graduando em Informática em Saúde Digital. Além de possuir diversas formações em saúde pública. Capacitações em Sistemas do Previne Brasil pela Coordenação de Atenção Primária à Saúde do Estado do Rio Grande do Sul; Mudanças no Financiamento do SUS pela UNA SUS; Atualização em planejamento e gestão do Sistema Único de Saúde com a utilização do DigiSUS – Módulo planejamento – DGMP; Fundamentos para a Saúde Digital – RNP.
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