A Nota Informativa Nº 35/2024, emitida pela Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses (CGARB) do Ministério da Saúde, atualiza o cenário epidemiológico da Febre Amarela (FA) no Brasil e destaca as áreas prioritárias para intensificação da vigilância e vacinação no período sazonal de 2024/2025. Com base em dados coletados na Oficina do Grupo de Modelagem de Febre Amarela (GRUMFA), realizada em agosto de 2024, o documento reforça a urgência de medidas preventivas em municípios de alto risco.
Cenário Epidemiológico Atual
Desde 2014, o vírus da febre amarela vem se expandindo no Brasil, com surtos registrados nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul. Entre 2014 e 2023, foram confirmados 2.304 casos humanos e 790 óbitos (letalidade de 34,3%), além de 2.216 eventos em primatas não humanos (PNH).
Destaques do Período 2023/2024
- Estados com transmissão em PNH: Minas Gerais (Belo Horizonte, Extrema) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre, São Borja).
- Casos humanos: Amazonas, Roraima, Pará, Minas Gerais e São Paulo.
- Circulação viral: Duas linhagens do vírus estão ativas, com risco de dispersão para novas áreas.
Municípios Prioritários para Ações de Vigilância e Vacinação
A Oficina GRUMFA identificou municípios críticos com base em modelos de risco. Entre eles, destacam-se:
- Região Sul: Porto Alegre (RS), Riozinho (RS), Três Coroas (RS).
- Sudeste: Serra Negra (SP), Monte Sião (MG).
- Norte: Anori (AM), Brasil Novo (PA).
Essas áreas exigem vigilância reforçada e campanhas de vacinação urgentes para evitar surtos.
Recomendações para Vigilância
- Notificação imediata:
- Casos suspeitos em humanos ou mortes de PNH devem ser comunicados em até 24 horas via e-mail ([email protected]) ou telefone (0800.644.6645).
- Eventos confirmados devem ser reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Monitoramento de primatas:
- Intensificar a busca ativa de carcaças de macacos e notificar via sistema SISS-Geo.
- A morte de PNH é um alerta precoce para circulação viral.
- Investigação de casos humanos:
- Incluir pacientes com sintomas leves (febre, dor muscular) e histórico de exposição em áreas de risco.
- Testar para FA mesmo em vacinados, devido a raros casos de falha vacinal.
Estratégias para Vacinação
- Grupos prioritários:
- População rural, ribeirinha, trabalhadores agropecuários e viajantes para áreas de risco.
- Crianças (dose única aos 9 meses e reforço aos 4 anos) e adultos não vacinados (5 a 59 anos).
- Ações recomendadas:
- Busca ativa: Vacinar comunidades em zonas rurais e entorno de unidades de conservação.
- Livre demanda: Oferecer vacinação sem agendamento prévio em regiões afetadas.
- Precauções para viajantes:
- Vacinar 10 dias antes de viagens para áreas de risco.
- Uso de repelentes e roupas de proteção em atividades ao ar livre.
Acesse a nota completa: Nota Informativa Nº 35/2024.
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