O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS) publicou no dia 01 de outubro de 2025 o Alerta Epidemiológico nº 07 / DVE / CEVS / SES / RS, referente a um surto de doença meningocócica (DM) no município de Pelotas, região da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) do Rio Grande do Sul.
Este artigo aborda o cenário epidemiológico, os riscos, medidas de vigilância e as ações preventivas recomendadas para fortalecer a resposta local.
Contexto e dados epidemiológicos da 3ª CRS
Até a Semana Epidemiológica 36 (SE 36) de 2025, foram notificados sete casos de doença meningocócica entre residentes da 3ª CRS. Esse número já supera o registrado nos mesmos períodos de 2024 (quatro casos) e de 2023 (dois casos). Os registros ocorreram principalmente em Pelotas e Canguçu, com predomínio do sorogrupo Y.
A partir da SE 23, Pelotas registrou três casos confirmados de DM por sorogrupo Y em residentes sem vínculo epidemiológico entre si, configurando um surto comunitário. Em Canguçu, foram identificados dois casos de DM também por sorogrupo Y, um deles com evolução para óbito. Diante do aumento expressivo, a Secretaria Estadual da Saúde reforça a necessidade de intensificação das ações de vigilância e prevenção em toda a região.
O que caracteriza um surto comunitário de DM
Um surto comunitário de doença meningocócica é caracterizado pela ocorrência de três ou mais casos primários, sem vínculo entre si, causados pelo mesmo sorogrupo, no período de até três meses e em uma mesma localidade. A confirmação deve ser feita em conjunto entre município, estado e Ministério da Saúde, a partir de exames laboratoriais e do contexto epidemiológico. Em Pelotas, os três casos identificados preencheram esses critérios, configurando oficialmente um surto.
Vacinação como medida preventiva
A vacinação é a principal estratégia de prevenção contra a doença meningocócica. O Programa Nacional de Imunizações recomenda:
- Crianças: vacina meningocócica C conjugada aos 3 e 5 meses, e reforço com vacina ACWY aos 12 meses.
- Adolescentes: uma dose da vacina ACWY entre 11 e 14 anos.
Além disso, existem indicações especiais de acordo com a situação clínica de cada indivíduo, disponíveis nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Orientações à população
A comunidade deve estar atenta aos sintomas sugestivos de meningite, como febre alta, dor de cabeça intensa, vômitos, rigidez de nuca, manchas na pele e alterações no nível de consciência. Em crianças pequenas, sinais como irritabilidade persistente e sonolência devem ser valorizados.
O diagnóstico precoce é fundamental, por isso, diante de sintomas suspeitos, a orientação é buscar atendimento médico imediato. Além disso, manter a caderneta de vacinação em dia e participar ativamente das campanhas de imunização são medidas essenciais para proteger não apenas a própria saúde, mas também a de toda a comunidade.
Referência na nota completa: Alerta Epidemiológico nº 07 / DVE / CEVS / SES / RS – 01/10/2025
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